Acordou sobressaltada no meio da noite assustada com um barulhinho familiar, muitos não conseguem ouvir porém seu medo irracional ou o sono leve fazem com que ela seja capaz (apesar do marido achar que é pura paranóia)

Olhou para baixo e lá estava ela, á olhar como que zombando por poder transitar durante a noite sem ser vista e passar por entre as armadilhas colocadas em cantinhos estratégicos da casa e meio com medo por ter sido surpreendida..

Ela pensou em gritar, pedir auxílio mas sabia que logo logo ele teria que acordar para o trabalho e ficaria mal humorado por ter que fazer isso de novo "deixe de frescura pegue o chinelo, ou vá dormir"

O que fazer? Até chegar á cozinha e pegar o spray a "danada" teria fugido do seu alcance visual e ela não suportaria dormir sabendo que ela estava transitando livre pelo quarto, podendo subir na cama, andar por entre suas roupas e pertences. Foi racional! Se encheu de coragem, engoliu a repulsa e pegou o chinelo. Começou a caçada!

Quanto mais a mulher corria, mais a barata corria, coração acelerado e descompassado. Era agora que ela ia ver só, jogou o chinelo a primeira vez porém sem sucesso, ela conseguiu escapar, a raiva foi aumentando junto com a neurose em matá-la, enquanto não conseguisse não colocaria novamente a cabeça nos travesseiros, elas passaram pelo corredor, chegaram a sala e a corrida foi se tornando obsessiva, agora era questão de honra "como ela pode ser tão rápida assim?" pensava! Jogou o chinelo mais uma vez e PAF

Dessa vez acertara em cheio, podia ver aquele ser repugnante estatelado e espremido embaixo de seu chinelo, pegou um pedaço de papel, limpou o chão e jogou os restos daquela que não mais atrapalhará seu sono descarga abaixo..

E enfim a barata foi dormir!